quarta-feira, 17 de setembro de 2008

casa familiar rural essa idéia já pegou





MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIOSECRETARIA DA AGRICULTURA FAMILIARPROGRAMA NACIONAL DE FORTALECIMENTO DA AGRICULTURA FAMILIAR – PRONAF

Casa Familiar RuralAprendendo com a realidade
HISTÓRICO
As Casas Familiares Rurais (CFR) tiveram origem na França em 1937, por iniciativa de um grupo de famílias do meio rural, propondo a adoção de uma formação profissional aliada à educação humana para seus filhos. Nascia , assim, a Casa Familiar Rural, com a estrutura da Pedagogia da Alternância.Hoje, a Casa Familiar Rural expandiu-se para os cinco continentes, em trinta países, com a mesma concepção - responsabilidade e engrossamento das famílias na formação dos jovens, no sentido de provocar o desenvolvimento global do meio.
No Sul do Brasil, o processo de implantação das Casas Familiares Rurais teve início no Paraná, em 1987, nos municípios de Barracão e Santo Antônio do Sudoeste, com discussão dos agricultores e envolvimento das comunidades.
Já em 1991, as Casas Familiares Rurais estavam sendo implantadas nos Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul e desenvolveram-se, também, nos outros Estados do Brasil, sobre a coordenação das Associações Regionais das CFR (ARCAFAR) hoje organiza-se em Confederação Nacional (CONACAFARB)
Em 1998, as Casas Familiares Rurais integram-se às ações, em nível federal, do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar - PRONAF, possibilitando o crescimento de unidades implantadas no Pais. Os princípios do PRONAF são convergentes com os adotados pelas CFR, facilitando assim o acesso à profissionalização dos jovens e de suas famílias, e contribuindo com o aumento de ocupações produtivas e da renda no meio rural.
OBJETIVOS das Casas Familiares Rurais
-Oferecer aos jovens rurais uma formação integral, adequada a sua realidade, que lhes permitam atuar, no futuro, como um profissional no meio rural, além de se tornarem homens e mulheres em condições de exercerem plenamente a cidadania.-Melhorar a qualidade de vida dos produtores, dos rurais, através da aplicação de conhecimentos técnicos-científicos organizados a partir dos conhecimentos familiares, e através da pedagogia da alternância os jovens acima de 14 anos com 4a serie, 1° ou 2° Grau nos três anos de curso recebem um diploma de formação profissional e o 1° Grau, para aos que não têm.
-Fomentar no jovem rural o sentido de comunidade, vivência grupal e desenvolvimento do espírito associativo, e desenvolver a consciência de que é possível, através de técnicas de produção adequadas, de transformação de comercialização, viabilizar uma agricultura sustentável, sem agressão e prejuízos ao meio ambiente.
-Desenvolver práticas capazes de organizar melhor as ações de saúde de nutrição e cultural das comunidades.
FUNCIONAMENTO E METODOLOGIA
A duração das atividades na CFR é de três anos, em regime de internato, com a adoção do método de alternância onde os jovens passam:
---> duas semanas na propriedade, no meio profissional rural, e
---> uma semana na Casa Familiar Rural
Durante as duas semanas na propriedade ou no meio profissional, o jovem realiza um Plano de Estudo, discute sua realidade com a família, com os profissionais e provoca reflexões, planejam soluções e realiza experiências na sua realidade, disseminando assim novas técnicas nas comunidades.
E durante a semana na Casa Familiar Rural, os jovens colocam em comum com ajuda dos monitores os problemas as situações levantadas na realidade, buscam novos conhecimentos para compreender e explicar os fenômenos científicos.
Através os cursos profissionais com fichas pedagógicas que fazem parte da Pedagogia da Alternância são integradas a formação geral (interdisciplinaridade), a educação social e humana, e o desenvolvimento do espírito de trabalho em grupo.
Assim a Pedagogia da Alternância, baseada na realidade profissional dos jovens, é a forma de vinculação do conhecimento teórico e prático, ou seja " aprender a aprender ".
Uma equipe de monitores, ligados as áreas de Ciências Agrárias e Economia Doméstica, entre outras, são responsáveis pela organização, pela dinamização das atividades docentes, e pela elaboração, em conjunto com os pais da Associação da CFR e Órgãos, de um Plano de Formação, sempre respeitando o calendário agrícola local.Os monitores têm apoio e assessorameno técnico e pedagógicos das entidades locais e estaduais.Os monitores acompanham o trabalho, o projeto pessoal de cada jovem e particularmente, através das visitas nas famílias durante os períodos de alternâncias.
Existe, algumas Escolas Famílias Agrícolas que realizam formação com alternância.
ADMINISTRAÇÃO E MANUTENÇÃO
A Casa Familiar Rural é administrada por uma Associação formada pelas famílias, pais de jovens que freqüentam a CFR principalmente. O Conselho de Administração eleito pela Assembléia Geral represente as comunidades.
A associação organiza a pesquisa participativa nas comunidades, para escolher os Temas para poder elaborar com os monitores o Plano de Formação.
A associação mantém a CFR, através de um sistema de parceria, com o apoio dos órgãos públicos e privados do município e do estado. Cada família de jovem contribui, trazendo o que produz em sua propriedade, para sua própria alimentação na semana na CFR. Os Órgãos locais, Prefeituras e instituições diversas, apoiam o funcionamento. As Secretarias da Educação e da Agricultura, principalmente, apoiam financeiramente e tecnicamente, dependendo dos Estados.
A Associação regional, ARCAFAR, organiza o apoio no que se refere à Pedagogia da Alternância capacitando os monitores e os responsáveis das associações.
A ARCAFAR de cada região tem a função de representar e de assessorar a implantação das CFR, nos diversos estados, a fim de que as comunidades assumam a decisão consciente e participativa de criar a CFR e minimizando o oportunismo e influências diversas.
RESULTADOS
A formação profissional dos jovens de 14 a mais de 25 anos é organizada pelas CFR na maioria dos estados desde 1988. Os adultos são fortemente envolvidos através da formação dos jovens.
As 83 CFR que estão em funcionamento e mais de 257 associações se preparam para outras criações de CFR com apoio do PRONAF e outras instituições.
Duas Casas Familiares do Mar já funcionam em Santa Catarina nos municípios de São Francisco do Sul a mais antiga e Laguna que abriu recentemente
O Plano de Formação é elaborado a partir da realidade das famílias pesqueirasSeja a maricultura as recursos marinhos tecnologias de pesca, navegação oceanografia Ambientes costeiros, turismo.Na casa familiar do Mar diversos municípios participam com 3 grupos de 25 jovens e pouco a pouco todas as famílias estão envolvidasMuitos estados estão com vontade de desenvolver as Casas Familiares do Mar
Para responder a demanda das famílias as Casas Familiares Rurais estão desenvolvendo a profissionalização pelos setores não agrícolas como a pesca já contemplada e com a formação de pedreiros, marceneiros, mecânicos hotelaria Turismo etc.. .em função da demanda local
O impacto de todas as CFR é importante, considerando que cada jovem, envolve sua a família e 10 famílias vizinhas, seja 40 pessoas , cada CFR reagrupando de 60 a 80 jovens soma 3000 pessoas envolvidas por CFR. Atualmente as 83 CFR representem 250 000 pessoas envolvidas diretamente ou indiretamente.
Com as novas CFR, a médio prazo, serão 952 000 pessoas envolvidas.
Os resultados da profissionalização aparecem, através dos projetos que os jovens realizam durante as alternâncias, nas suas propriedades juntos com suas famílias.
Os resultados, na área técnica, são progressivos, principalmente no melhoramento da produção, com ênfase na diversificação desta produção nas propriedades e em particular, nos assentamentos.
Muitos jovens envolvem-se na transformação dos produtos e na comercialização. A maioria dessas atividades vem sendo feitas em grupos de forma associativa ou em pequenas cooperativas.
Os resultados sociais vêm sendo alcançados com o desenvolvimento das qualidades mais solidárias do jovem, trazendo uma sensível melhoria nas relações com as famílias. com amigos e com as comunidades de que fazem parte.
Os jovens das Casas Familiares Rurais desenvolvem a consciência crítica, a capacidade de entender melhor o mundo que o cerca, e passa a ser mais atuante dentro de sua família e das comunidades que vive.
DESAFIOS PARA O FUTURO
Despertar as entidades, em todos os níveis, para a importância e a seriedade do Projeto Casa Familiar Rural, envolvendo-os, no sentido de conseguir apoio para:
Conscientizar os agricultores que para ser profissional do futuro é preciso ter uma formação.
Investir na capacitação dos recursos humanos (associações e monitores) e ter reconhecimento da pedagogia.
Criar condições de trabalho com a construção de prédio, equipamentos didáticos, bibliotecas entre outros, abertos a todo, adequados às Casas Familiares Rurais .
Estimular a utilização do crédito para que os agricultores desenvolvam seus projetos de melhoria da produção através a agroindustrialização e a comercialização.
Avaliar e registrar constantemente os resultados obtidos, fazendo um trabalho de divulgação com objetivo de esclarecer as necessidades locais considerando o desenvolvimento sustentável da região de atuação, preservando o meio ambiente.

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