APA de jacarépiá

LAGOA DE JACAREPIÁ
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A LAGOA DE JACAREPIÁ TEM O NOME MESMO NOME DA RESERVA ECOLÓGICA ONDE TERRITORIALMENTE SE LOCALIZA, SENDO ESTE CORPO HÍDRICO ÚNICO DO SEU GÊNERO EM TODA COSTA FLUMINENSE
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Além das recargas pluviais, o corpo d'água doce da LAGOA DE JACAREPIÁ é mantido pelo afloramento de vários pontos do lençol freático e do afluxo de pequenos riachos advindos dos morros que delimitam a LAGOA pelo lado norte. Quando está cheia, suas águas avançam alagando grandes trechos dos brejos circundantes. É nesse ecossistema que se desenvolve inúmeras interações biológicas estabelecendo-se formas de nutrição, abrigo e oportunidades reprodutivas para uma fauna bastante diversificada.
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ICTIOFAUNA e AVIFAUNA(OS PEIXES E OS PÁSSAROS LOCAIS)
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A ictiofauna da LAGOA e brejos circundantes de Jacarepiá é composta de peixes característicos de lagunas como o acará (Geophagus brasiliensis), a traíra (Hoplias malabaricus), dentre outros. Nos brejos mais altos que secam ou têm o volume d'água reduzido durante o verão, ocorre a aparição de diversas espécies do gênero Cynolébias, adaptados a essa condição, cuja biologia ainda é muito pouco conhecida da Ciência, sendo algumas espécies endêmicas à região dos lagos fluminense e ameaçadas de extinção. É ainda nos brejos anexos à LAGOA onde também se desenvolve os alevins e os girinos de grande quantidade de sapos, rãs e pererecas que participam da efervescente cadeia alimentar para os animais de maior porte, como o guaxinim (Procyon cancrivorus) que visita os brejais à procura de cobras-d'água (Liophis miliaris), cuja dieta, além de batráquios, inclui também presas terrestres e filhotes de passarinhos; da lontra (mamífero da família dos Mustelídeos) que constrói seu ninho no barranco da ilha existente no meio da Lagoa, e do jacaré-de-papo-amarelo (Caiman lastirostri), o maior predador do Brejo e LAGOA DE JACAREPIÁ, espécie atualmente na lista de extinção e de difícil aparição nesse área devido a última seca. A avifauna da LAGOA DE JACAREPIÁ é composta por fauna migratória como os maçaricos e batuíras, das famílias Scolopacidae e Charadriidae. Sendo este complexo lagunar também visitado por diversos tipos de garças, frangos d'água, gaviões e uma infinidade de pássaros menores.
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REINTRODUÇÃO DA ICTIOFAUNA
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A ADEJA - ASSOCIAÇÃO DE DEFESA DO MEIO AMBIENTE DE JACAREPIÁ, vem tentando preservar algumas das espécies de peixes nativos da LAGOA por meio de um trabalho de educação ambiental, envolvendo estudantes secundaristas. O projeto foi realizado através de reprodução em cativeiro de alevins para posterior reintrodução. Entretanto, devido a falta de fiscalização por parte dos órgãos oficiais competentes, esse trabalho ficou muito prejudicado pela intensa pesca predatória na LAGOA.
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ESPÉCIES REINTRODUZIDAS
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ACARÁ (ciclídeo)
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PIABA (caricinídeo).
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A LAGOA JÁ FOI COGITADA COMO MANANCIAL POTÁVEL PARA ABASTECER SAQUAREMA
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Houve uma época em que se cogitou utilizar o manancial da LAGOA DE JACAREPIÁ como fonte de abastecimento complementar para a cidade de Saquarema. Já no exame físico-químico preliminar, a água apresentou boa qualidade potável. O projeto em si era economicamente viável até o estágio da captação, tratamento e distribuição inicial para o bairro de Bacaxá e a sede do município. No entanto, tornou-se impraticável diante do grande "lobby" da antiga concessionária, que acenava com inúmeras dificuldades quanto à realização do plano de manutenção e saneamento da LAGOA, incluindo as necessárias salvaguardas de proteção daquele meio ambiente local. Em todas as instâncias daquele plano, o grupo da ADEJA colaborou, por haver entendido a situação como uma oportunidade quanto a plena garantia da preservação desse manancial, juntamente com a proteção para sua fauna e flora originais. Mas de fato os lobistas tinham certa razão, pois não demorou muito para que o meio ambiente da LAGOA ficasse sob iminente risco de destruição, devido a intensa depredação causada pela ocupação ilegal de suas margens e pelos sistemáticos aterros clandestinos dos brejos periféricos que dela fazem parte, com o objetivo de implantar programas ilegais de assentamentos patrocinados por antigos políticos de base local.
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JACAREPIÁ CORRE O RISCO DE DESTRUIÇÃO
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A agonia da LAGOA DE JACAREPIÁ começou no início dos anos 80 com a construção de um canal de escoamento. Utilizando-se do maquinário do extinto DNOCS herdado pela SERLA, o órgão do Estado que deveria protegê-la, uma empresa imobiliária que estava construindo o Loteamento Vilatur-Saquarema, abriu um extenso canal em meio ao brejo, rebaixando o nível da LAGOA em cerca de dois metros.

A SETA AMARELA APONTA PARA O CANAL; A VERMELHA APONTA PARAUMA ÁREA ATERRADA IRREGULARMENTE PARA FINS IMOBILIÁRIO
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O objetivo da irregular obra de esgotamento era facilitar o aterro da área das margens cobertas pelo taboa (vegetação marginal) e assim poder loteá-las, ignorando todas as Leis de proteção ao meio ambiente. Esse e outros atos de depredação culminaram com a interdição do loteamento Vilatur por determinação da Resolução CECA 929 de 07/08/86, além de Ação Ordinária 7670/86 envolvendo a Prefeitura de Saquarema, cartórios e imobiliárias.




Posteriormente a ADEJA, com o apoio de outras entidades congêneres como Defensores da Terra e Movimento Ressurgência, tentou bloquear o danoso canal, através de tamponamento e colocação de comportas. Mas logo se verificou a necessidade de uma empreitada de grande envergadura, visto que a ação criminosa e premeditada da imobiliária havia causado uma profunda destruição dos substratos, alterando o leito onde se fixavam as camadas impermeabilizantes que retém a água, haja visto que o fundo da LAGOA DE JACAREPIÁ se sustém sobre à areia da planície marinha, por conseguinte permeável na falta dos substratos depositados no fundo pela Natureza durante centenas de anos. A partir daí a LAGOA foi definhando em seu espelho original, estando hoje com apenas 30% de seu antigo manancial, podendo morrer em poucos anos.
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A GRANDE SECA OCORRIDA RECENTEMENTE
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Devido a grande estiagem que ocorreu nos últimos anos sobre a região dos lagos, mui especialmente na área do corredor litorâneo onde se situa a LAGOA DE JACAREPIÁ, a anunciada morte dessa lagoa poderá ser em muito abreviada, visto que durante os anos de 2003/2004 chegou a ficar completamente seca.

LEITO DA LAGOA DE JACAREPIÁ TOTALMENTE SECO
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As únicas áreas que subsistiram um pouco alagadas foram os interiores das colônias de taboas (ou tabuão), sendo este o último refúgio das espécies animais que agonizaram sob o sol escaldante da restinga. Mas nem mesmo ali os animais lograram sobrevivência, pois se aproveitando da situação desse encurralamento, alguns pescadores e caçadores utilizaram o recurso de atear fogo em meio as taboas e vegetação marginal, com o objetivo de facilitar a captura dos peixes, jacarés e lontras sobreviventes.
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ÁREA QUEIMADA (ESCURA) E OINICIO DA OCUPAÇÃO DOS BREJOS
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MATA CILIAR DESTRUÍDA PELO FOGOAS MARGENS DA LAGOA
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Uma possível recuperação da LAGOA DE JACAREPIÁ agora depende exclusivamente do índice pluviométrico na área. Visto que as recargas que eram anteriormente feitas através do afloramento do freático e dos riachos que antes nela desembocavam, já não existem mais ou estão totalmente assoreados. Alguns até mudaram de curso por intervenção de pequenos fazendeiros estabelecidos nas margens altas. Outro problema tem sido a acelerada ocupação irregular dos brejos periféricos da LAGOA. A seca, entretanto, passou a ser uma das grandes ameaças. Ressurgindo esse fenômeno natural, certamente estará perdida não apenas a fauna como também haverá grande comprometimento dos aspectos geológicos da área onde se situa o leito da lagoa. Visto que já são visíveis as mudanças que estão ocorrendo na área, podendo a LAGOA DE JACAREPIÁ ser convertida num grande brejo fétido sem vida, atraindo a facilidade de deposição clandestina de esgoto e lixo doméstico.

LAGOA DE JACAREPIÁ - AREIA ESCALDANTE ONDE ANTES HAVIA ÁGUA
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SITUAÇÃO DA LAGOA DE JACAREPIÁA T U A L M E N T E
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Atualmente existe um grupo de abnegados moradores que estão criando um movimento para preservar a parte da margem sul da Lagoa. Graças aos últimos meses de chuva o manancial pôde acumular uma considerável quantidade d'água. Caso o índice pluviométrico continue favorável na área, é bem possível que a Lagoa possa recuperar sua beleza estética, mesmo que já esteja com sua biota comprometida.
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VERMELHA
= OUTRA LAGOA IMPORTANTE QUE AINDA RESTA EM SAQUAREMA